Polícia investiga empresa suspeita de ser 'cambista virtual' em SP

Policiais do Rio viajaram até SP para apurar venda de ingressos em site.
Consumidores reclamaram de preços abusivos para o Rock In Rio.

Do G1 SP
 
A polícia do Rio de Janeiro procurou nesta quinta-feira (30), em São Paulo, os donos de uma página na internet que vendia ingressos do Rock In Rio a preços abusivos. O site é um dos únicos que ainda tem os bilhetes para o festival e, nele, um ingresso chega a custar mais de R$ 1,3 mil. Os pontos credenciados, cobravam R$ 200 no início das vendas, segundo a polícia.
Vários consumidores reclamaram do alto valor. O abuso foi denunciado ao Procon do Rio de Janeiro e à Delegacia de Crimes Contra o Consumidor (Decon). Policiais vieram a São Paulo investigar e chegaram a um endereço em Jardim Paulista, onde funciona a sede da companhia Nameaction, a dona do site.

Ela é uma empresa nacional, com outros dois sócios chilenos. No escritório, os inspetores apreenderam quase US$ 18 mil, recolheram documentos e computadores, que vão servir de prova. “A Nameaction é uma empresa que se dedica ao registro e administração de nomes na internet, mas quem administra e opera o site são as pessoas e empresas que procuram a Nameaction”, disse o advogado do site, José Roberto Leal de Carvalho.
Segundo a polícia, a empresa que mantém o site de venda de ingressos também é responsável pelo conteúdo dele. Com isso, está permitindo o comércio dos bilhetes a preços superfaturados. Isso configura crime contra a economia popular.
Segundo Maurício Luciano de Almeida Silva, delegado-titular da Decon, a Nameaction faz o que ficou conhecido como cambista virtual “porque, comprando na mão dessas pessoas, está incentivando uma atividade criminosa muito rentável e que pode estar escondendo por trás disso outros delitos, que a gente vai investigar”.
A polícia foi até a casa do homem que, segundo as investigações, é um dos representantes da empresa que administra o site e encontrou o imóvel abandonado.
“É uma pessoa que está emprestando o nome dele, até por ele ser de origem equatoriana, para falar o espanhol. Está sendo utilizada pela Nameaction para figurar como representante, mas, na verdade, é um mero laranja. Não tem a menor influência na administração da empresa”, afirmou o delegado.
O homem que foi apontado pelo delegado como o laranja das empresas chilenas sócias da Nameaction e duas representantes da empresa vão ser intimadas a prestar depoimento.