
SÃO PAULO – Neurocientistas descobrem quais elementos fazem com que uma imagem fique gravada na memória mais facilmente e, de quebra, criam um programa capaz de analisar o quão inesquecível é uma foto.
O trabalho dos pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) é o primeiro a mapear o que torna uma imagem memorável. A equipe liderada por Phillip Isola ressaltou em seus estudos, no entanto, que achar uma imagem bonita e lembrar-se dela são coisas bem diferentes.
Os resultados mostraram que as fotos com pessoas são as mais memoráveis, seguidas daquelas com espaços em escala humana (como o corredor de um supermercado) e closes de objetos. As menos memoráveis são paisagens abertas, como montanhas.
A análise foi feita em um teste com centenas de voluntários que observaram uma coleção de 10 mil imagens de todos os tipos. No meio da série de imagens mostradas apareciam algumas repetidas – e os voluntários deveriam indicar se aquela imagem já havia sido mostrada antes ou não.
O índice de “memorabilidade” de cada foto foi determinado por quantos participantes conseguiam dizer se já a haviam visto. A principal dificuldade de análises como esta é a grande subjetividade da memória visual, porém os pesquisadores afirmam que, embora houvesse algumas diferenças entre participantes, na média, a consistência nos resultados foi muito grande.
Com essas informações, a equipe do MIT construiu um “mapa da memorabilidade” de cada imagem, pedindo às pessoas que nomeassem todos os objetos da foto. Todos os dados possibilitaram o desenvolvimento de um algoritmo capaz de ranquear qualquer imagem (e não somente as 10 mil do estudo) baseado em quão memoráveis ela é. Isso se dá pela análise de cores, distribuição de objetos, etc...
Um programa como este poderia ser útil a designers gráficos, editores, ou a qualquer um que quisesse tornar seu álbum de fotos no Facebook mais “inesquecível”. Outro exemplo seria a criação de um aplicativo para smartphones que avisasse imediatamente quão memorável é a foto que você acabou de tirar.
Outros usos incluem aplicações médicas, como testes que ajudariam a revelar precisamente quais aspectos da memória visual de um paciente com determinado transtorno cerebral são deficientes.
Atualmente, a equipe do MIT está realizando um novo estudo com imagens e aprimorando o mapa já criando. A ideia é acrescentar ainda mais informações sobre cada foto e tornar o programa mais preciso.